[2023]

E NUNCA AS MINHAS MÃOS ESTÃO VAZIAS
Uma produção de Cristian Duarte em companhia

SINOPSE

Tocar em pedaços de memória e fazer renascer arranjos e sensações para delirar a vida diante de uma realidade insuportável. É com essa tensão que a dança proposta nesta criação se envolve, visando provocar uma experiência coletiva impulsionada por tudo que nos compõe e nos comove, com muitos arranjos possíveis do co- e do mover, com vontades de relembrar na pele e na imaginação que somos carne cheia de sangue - que sonha, que ri e que chora.
Será que algum dia perderemos a capacidade de nos emocionar?

RELEASE

E nunca as minhas mãos estão vazias é o título da nova produção de Cristian Duarte em companhia criada no contexto Z0NA com o projeto KINTSUGI contemplado pela 32ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo — Secretaria Municipal de Cultura.

O título veio da cantora Maria Bethânia declamando a poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen: "Apesar das ruínas e da morte/ Onde sempre acabou cada ilusão/ A força dos meus sonhos é tão forte/ Que de tudo renasce a exaltação/ E nunca as minhas mãos ficam vazias." E é nessa realidade ainda em meio a guerras, devastação e desigualdades em diferentes esferas e escalas, que a dança se materializa. A concentração na modulação de tônus do corpo e do espaço-tempo, especificidade de quem dança, faz a matéria-movimento desorientar qualquer linearidade e dá forma para incontáveis construções, desconstruções e reconstruções. A insistência em sentidos táteis e cinéticos, a fusão de gestos e camadas de som transformam narrativas predefinidas, dando lugar, com nitidez, para um novo poema, apesar de várias e tantas mortes, existe fresta, afirmação em movimento, sim, nascentes, ainda há vida.

​As nove artistas que compõem o elenco: Aline Bonamin, Allyson Amaral, Andrea Rosa Sá, Danielli Mendes, Felipe Stocco, Gabriel Fernandez Tolgyesi, Leandro Berton, Maurício Alves e Paulo Carpino mergulham em seus repertórios físico-afetivos, trazendo para a superfície de contato pedaços de expressões, gestos e movimentos para serem devorados coletivamente.

Sobre o projeto Kintsugi

O termo Kintsugi foi difundido na internet nos últimos anos e, a grosso modo, é uma arte japonesa na qual uma peça de cerâmica quebrada é reparada com um verniz contendo ouro. Nessa arte, em vez de se esconder os remendos da cerâmica quebrada, destaca-se a visibilidade das fissuras, enaltecidas pelo ouro, salientando as imperfeições das trajetórias, as histórias percorridas pela peça de cerâmica, e gerando significados singulares da existência ali presente.

O projeto Kintsugi adotou esse nome como uma metáfora aos processos de continuidade de Cristian Duarte em companhia, para pensar memória, resiliência e perseverança. Olhar para os mais variados pedaços daquilo que já fizemos, tocando em perspectivas do que éramos e o do que somos, em gerúndio, como água, um rio-mar que não pára de correr ressignificando a cada instante onde você está e aquilo que é capaz de perceber. Kintsugi foi também metáfora propulsora para reencontrar a "site-específica" DESPEDANÇADA - uma coreografia realizada em modo virtual durante a pandemia de Covid, composta por um site que abriga mais de 25 ‘pedaços’ de dança. Pedaços compostos por danças em áudios, vídeos e fotografias, extraídas de diferentes referências artísticas como Isadora Duncan, Linn da Quebrada, Maya Deren, Anna Halprin, Augusto Omolú, entre outros.

Kintsugi envolveu diversas ações e etapas, dentre elas, períodos de imersão apelidados de cacos.

Foram 5 cacos, exercícios cênicos feitos pelo elenco dividido em partes. Diferente do habitual ensaio com todo o elenco, os cacos foram imersões feitas por 4 duplas e 1 trio, nas quais os performers vivenciaram um processo de criação intensificado junto da direção. Ao final de cada caco realizou-se uma abertura pública intitulada Experimenta. Além disso, as demais ações do projeto - Jams e Laboratórios - também estimularam o campo investigativo permitindo que outras corpas e subjetividades atravessassem esse contexto, fazendo vibrar suas possibilidades e potências.

CRÉDITOS

Coreografia e Direção
Cristian Duarte

Criação e Dança
Aline Bonamin, Allyson Amaral, Andrea Rosa Sá, Danielli Mendes, Felipe Stocco, Gabriel Fernandez Tolgyesi, Leandro Berton, Maurício Alves e Paulo Carpino

Acompanhamento Dramatúrgico
Júlia Rocha

Iluminação
André Boll/Santa Luz

Concepção sonora e Figurinos
em companhia

Performance sonora
elenco

Operação de som
Lucas Brandão

Fotografia
Mayra Azzi ou Haroldo Saboia

Vídeo
Iago Mati

Produção Executiva
Rafael Petri/MoviCena Produções

Realização
Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo — Secretaria Municipal de Cultura, Bonobos Produções e Z0NA ​

Apoio
Casa do Povo

⭕️ Indicação etária: 14 anos
⏳ Duração: 60 minutos

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